Bets no Brasil: hora de proibir ou de criar regras claras?

Uma pesquisa do Instituto Locomotiva, realizada entre 3 e 7 de agosto de 2024 com 2.060 pessoas, revelou que 86% dos brasileiros que fazem apostas esportivas online estão endividados. Além disso, 64% desses apostadores estão com o nome negativado na Serasa. O estudo também apontou que 79% dos apostadores pertencem às classes C, D e E, evidenciando que a população de baixa renda é a mais afetada por essa prática.

Mesmo diante desse cenário preocupante, o governo federal optou por regulamentar o setor de apostas online, permitindo que empresas privadas operem legalmente no país mediante o pagamento de uma outorga de R$ 30 milhões e o cumprimento de requisitos específicos. Essas empresas devem utilizar o domínio oficial “.bet.br”, facilitando a identificação de sites autorizados pelos usuários.

Em agosto de 2024, beneficiários do Bolsa Família transferiram R$ 3 bilhões para sites de apostas online, o que representa cerca de 20% do total repassado pelo programa naquele mês, segundo relatório do Banco Central. Aproximadamente 5 milhões de beneficiários realizaram essas transferências via Pix, com uma média de gasto de R$ 100 por pessoa.

Diante desses dados, surge a questão: o governo deveria proibir as apostas esportivas online no Brasil para proteger as famílias mais vulneráveis?

Redação